A cada ano, centenas de bebés e crianças sofrem de constipações e tosse, principalmente devido ao seu sistema imunitário ainda imaturo.
Quando constipadas, as crianças, começam logo a ficar com o nariz congestionado, com muita ranhoca (corrimento nasal), febre baixa, tosse, perda de apetite, irritabilidade e dificuldade em dormir, certo?
A natureza delas é de felicidade, alegria e brincadeira…de repente sentem-se mal e têm alguma dificuldade em compreender claramente aquilo que estão a sentir, como tal, o nosso papel é orientá-las e ajuda-las a sentirem-se o melhor possível no menor espaço de tempo.
Como sou a favor da posição da American Academy of Pediatrics na qual desaconselha dar medicamentos para a tosse e constipações a crianças menores de 4 anos devido aos potenciais efeitos colaterais desses medicamentos, opto, sempre que possível e de forma responsável, por métodos naturopáticos que facilitem o processo pelo qual o meu filho possa estar a passar.
A grande vantagem é que estes métodos tradicionais além de nutrirem a criança também lhe aliviam os sintomas e fortalecem o sistema imunitário.
No entanto, certifica-te de contactar o profissional de saúde do teu filh@ caso a febre dure mais de 3 ou 4 dias ou se os outros sintomas durarem mais do que uma semana. Se o bebé tiver 3 meses ou menos e se apresentar febre deves procurar de imediato apoio profissional.
Quero apenas deixar aqui uma nota em relação à febre.
A febre é um dos sinais mais evidentes de que o organismo encontrou algo desconhecido.
Quando o corpo aquece há a libertação de substâncias responsáveis por acelerar o metabolismo através de processos inflamatórios, que melhoram a actuação das células de defesa do organismo contra fungos, bactérias e vírus.
Funciona mais ou menos assim: durante as infecções, o sistema imunitário interactua com o hipotálamo.
Um aumento de 1ºC corresponde a um aumento de 10% das reacções de defesa do nosso corpo, sendo que alguns microorganismos infecciosos morrem a partir dos 38,8ºC.
Logo, se suprimirmos a febre com antipiréticos como o benuron®, além de atrasarmos o processo de recuperação também estamos a desactivar os mecanismos de protecção intrínsecos.
Compreendo que por vezes assusta, mas lembra-te que o medo que tens da febre foi-te transmitido de geração em geração. É quase como uma “herança cultural”.
Lembra-te também que as convulsões febris dão-se normalmente devido a um aumento brusco da temperatura corporal que geralmente ocorre quando se tomam antipiréticos, pois assim que passa o efeito do medicamento a temperatura dispara.
Claro que não devemos ser extremistas, nem oito nem oitenta, ou seja, até determinada temperatura e de acordo com aquilo que observas no teu filho, deixa que sejam as suas defesas a reagirem, claro que sempre observando de perto. Em caso de dúvida, procura de imediato o profissional de saúde que acompanha o teu filho ou liga para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24).
Aqui, partilho contigo, alguns dos “truques” que uso para as constipações e tosses com bons resultados.
(estas indicações referem-se a bebés com mais de 6 meses e as dosagens devem ser de acordo com as indicações do profissional de saúde)
Líquidos: Certifica-te que dás ao teu filh@ muito líquidos para evitar a desidratação.
Uma boa hidratação ajuda a eliminar as secreções do corpo, tornando mais fácil a expulsão dos germes e a reduzir o congestionamento, por isso, oferece água morna, sumos naturais de fruta/legumes, caldos e cremes de vegetais em intervalos regulares.
Leite Materno: O leite materno é importante para as crianças, especialmente quando estão doentes porque fornece um equilíbrio único de nutrientes que ajudam a combater infecções e a recuperar rapidamente.
Limão: O limão possui propriedades antibacterianas e anti-inflamatórios que ajudam a reduzir sintomas como dor de garganta, corrimento nasal e tosse, auxiliando o organismo na luta contra as gripes e as constipações.
Podes colocar o sumo e as cascas de 4 limões com 1 colher de sopa de gengibre ralado numa panela. Cobre com água a ferver todos os ingredientes e deixa em decocção durante 10 minutos. Coa o líquido e dilui numa quantidade igual de água morna acrescentando mel (de um produtor local e opcional) ou xarope de ácer a gosto (mas sem exageros – opcional).
Dá ao teu filho a beber algumas vezes por dia. Nota: Para os bebés com menos de 1 ano, troca o mel por extracto ou folhas de Stevia para adoçar e facilitar a toma.
Caldo de legumes: O caldo de legumes quente é uma óptima opção quando estão constipadas ou com tosse.
O caldo de legumes é leve, nutritivo e ajuda a aliviar o congestionamento nasal. Os antioxidantes presentes acelerem o processo de recuperação.
Escolhe legumes biológicos que sejam doces, como a cenoura, a beterraba e a batata-doce, deixa cozer durante mais ou menos 40 minutos em lume brando, coa e serve ao teu filho 2 a 3 vezes por dia.
Laranjas: A vitamina C presente nas laranjas e noutros citrinos ajuda a aumentar a produção de glóbulos brancos que combatem os agentes patogénicos, agilizando os sintomas, como a tosse, a dor de garganta e o corrimento nasal.
Para crianças a partir dos 2 anos podes oferecer 1 a 2 copos de sumo de laranja (com a polpa da fruta) com cenoura diariamente e também laranjas aos pedaços para irem chupando. Para as crianças com menos de 2 anos deves diluir o sumo de laranja numa quantidade igual de água morna e dar a beber em intervalos regulares.
Mel: O mel tem propriedades antibacterianas, antioxidantes e imuno-estimulantes que ajudam a agilizar a tosse, a aliviar a dor de garganta e a matar as bactérias que causam a infecção.
Caso queiras optar por usá-lo, podes misturar 1 colher de chá de mel biológico (e de produção local) com 1 colher de chá de sumo de limão num copo de água morna e oferecer ao teu filho a cada poucas horas para alívio da tosse seca e redução da dor no peito. Nota: Nunca dês mel a um bebé com menos de 1 ano, pois contém bactérias que podem causar o botulismo infantil.
Gengibre: O Gengibre contém inúmeras propriedades medicinais destacando-se o seu efeito anti-inflamatório, antibacteriano, imuno-estimulante, antiviral e antitússico.
Ao mesmo tempo é sudorífico, ou seja, induz a transpiração que por sua vez alivia a febre ligeira.
Coloca 6 chávenas de água com ½ chávena de gengibre sem a casca em fatias finas e 1 pau de canela numa panela. Deixa cozinhar em lume brando durante 20 minutos e depois coa.
Adiciona mel, xarope de ácer ou umas gotas de Stevia e oferece ao teu filho, em pequenas colheres, algumas vezes ao dia.
Para os bebés menores de 1 ano, deve-se diluir o líquido em água morna antes de oferecer e não se adiciona mel.
Dicas Adicionais
• Abre uma pequena fresta da janela do quarto do teu filho para fazer circular o ar e reduzir a dificuldade respiratória.
• Faz vapores com soro fisiológico para manter as vias aéreas lubrificadas.
• Eleva a cabeceira da cama com um travesseiro extra à noite para que o muco possa drenar.
Referências
– Leyer GJ, Li S, Mubasher ME, Reifer C, Ouwehand AC. Probiotic effects on cold and influenza-like symptom incidence and duration in children. Pediatrics. 2009 ;124 (2) : e172- e179.
– Pratter MR. Cough and the common cold: ACCP evidence-based clinical practice guidelines. Chest. 2006;129(1 suppl):72S-74S.
– Slapak I, Skoupá J, Strnad P, Horník P. Efficacy of isotonic nasal wash (seawater) in the treatment and prevention of rhinitis in children. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2008 ;134 (1) : 67-74.
– Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed.
Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
– Sarrell EM, Wielunsky E, Cohen HA. Antipyretic treatment in young children with fever: acetaminophen, ibuprofen or both alternating in a
randomized, double-blind study. Ach Pediatr Adolesc Med. 2006; 160(2):197-202.
– Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
– Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J Peds. 2011;
159(2): 181-185.
– Kramer MS, Naimark L, Leduc DG. Parental fever phobia and its correlates. Pediatrics. 1985;75(6):1110–1113.
– Baraff LJ. Management of infants and young children with fever without source in infants and children. Pediatr Ann. 2008;37(10): 673-679.
– Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed.
Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
– Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J
Peds. 2011;159(2)181-185.
– Kramer MS, Naimark L, Leduc DG. Parental fever phobia and its correlates. Pediatrics. 1985;75(6):1110–1113.
– Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed.
Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
– Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003;42(4):530-545.
– Torrey SB, Henretig F, Fleisher G, et al. Temperature response to antipyretic therapy in children: relationship to occult bacteremia. Am J
Emerg Med. 1985;3(3):190-192.
– Weisse ME, Miller G, Brien JH. Fever response to acetaminophen in viral vs. bacterial infections. Pediatr Infect Dis J. 1987;6(12):1091-1094.
– Baker MD, Fosarelli PD, Carpenter RO. Childhood fever: correlation of diagnosis with temperature response to acetaminophen. Pediatrics.
1987;80(3):315-318.
– Mazur LJ, Jones TM, Kozinetz CA. Temperature response to acetaminophen and risk of occult bacteremia: a case-control study. J Pediatr. 1989;115(6):888-891.
– Baker RC, Tiller T, Bausher JC, et al. Severity of disease correlated with fever reduction in febrile infants. Pediatrics.
1989;83(6):1016-1019.
– Yamamoto LT, Wigder HN, Fligner DJ, et al. Relationship of bacteremia to antipyretic therapy in febrile
children. Pediatr Emerg Care. 1987;3(4):223-227.
– Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003;42(4):530-545
– Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J
Peds. 2011;159(2)181-185.
– Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med. 2003;42(4):530-545
– Baraff LJ. Management of infants and young children with fever without source in infants and children. Pediatr Ann. 2008;37(10): 673-679.
– Baraff LJ. Editorial: Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med.
2003; 42(4):546-549.
– Nield LS., Kamat D. Fever without a Focus. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:896-902.
– Jhaveri R, Byington CL, Klein JO, Shapiro ED. Management of the non-toxic appearing acutely febrile child: A 21st century approach. J
Peds. 2011;159(2)181-185.
– Baraff LJ. Editorial: Clinical policy for children younger than three years presenting to the emergency department with fever. Ann Emerg Med.
2003; 42(4):546-549.
– Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
– Hay AD, Redmond NM, Costelloe C, Montgomery AA, Fletcher M, Hollinghurst S, Peters TJ. Paracetamol and ibuprofen for the treatment of fever in children: the PITCH randomised controlled trial. Health Technol Assess. 2009;13(27) iii-iv, ix-x, 1-163.
– Miller RJ, Bailey J, Sullivan K. Clinical Inquiries: Does lowering a fever > 101 F in children improve clinical outcomes? J Fam Pract. 2010;59(6)353, 360.
– American Academy of Pediatrics, Steering Committee on Quality Improvement and Management, Subcommittee on Febrile Seizures. Febrile seizures: clinical practice guidelines for the long-term management of the child with simple febrile seizures. Pediatrics. 2008;121(6):1281–1286.
– Mayoral CE, Marino RV, Rosenfield W, Greensher J. Alternating antipyretics: Is this an alternative? Pediatrics. 2005;105(5):1009-1012.
– Meremikwu M, Oyo-Ita A. Physical methods for treating fever in children. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(2):CD004264.
– Wang D, Bukutu C, Thompson A, Vohra S. Complementary, Holistic, and Integrative Medicine: Fever. Pediatr. Rev. 2009;30(3);75-78.
– Santich R, Bone K. Common childhood infections and fever management. In: Phytotherapy Essentials: Healthy Children Optimising Children’s
Health with Herbs. Warwick, Australia: Phytotherapy Press; 2008.
– Zand J, Rountree R, Walton R. Fever. In: Smart Medicine for a Healthier Child. 2nd ed. New York, NY: Avery; 2003.
– Kubo T, Nishimura H. Antipyretic effect of Mao-to, a Japanese herbal medicine, for treatment of type A influenza infection in children.
Phytomedicine. 2007;14(2-3):96–101.
– Nield LS, Kamat D. Fever. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RF. eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:e169-1-169-3.
– Sullivan JE, Farrar HC. Fever and antipyretic use in children. Pediatrics. 2011;127(3):580-587.
– Kramer MS, Naimark L, Leduc DG. Parental fever phobia and its correlates. Pediatrics. 1985;75(6):1110–1113.
– Sullivan JE, Farrar HC. Fever and antipyretic use in children. Pediatrics. 2011;127(3):580-587.
– Kramer MS, Etezadi-Amoli J, Ciampi A, Tange SM, Drummond KN, Mills EL, et al. Parents’ versus physicians values for clinical outcomes in
young febrile children. Pediatrics. 1994;93(5):697-702.
– Crocetti M, Moghbeli N, Serwint J, et al: Fever phobia revisited: have parental misconceptions about fever changed in 20 years?. Pediatrics
2001; 107(6):1241-1246.
– Avner JR. Acute fever. Pediatr. Rev. 2009;30(1):5-13.
– Mayo Foundation for Medical Education and Research. Mayo Clinic. Website. http://www.mayoclinic.com/health/febrile-seizure/DS00346.
– Miller RJ, Bailey J, Sullivan K. Clinical Inquiries: Does lowering a fever > 101 F in children improve clinical outcomes? J Fam Pract. 2010;59(6)353, 360.
– Avner JR. Acute fever. Pediatr. Rev. 2009;30(1):5-13.
– Crook J. Fever management: evaluating the use of ibuprofen and paracetamol. Paediatr Nurs. 2010;22(3):22-26.
– Hay AD, Redmond NM, Costelloe C, Montgomery AA, Fletcher M, Hollinghurst S, Peters TJ. Paracetamol and ibuprofen for the treatment
of fever in children: the PITCH randomised controlled trial. Health Technol Assess. 2009;13(27) iii-iv, ix-x, 1-163.
– Sarrell EM, Wielunsky E, Cohen HA. Antipyretic treatment in young children with fever: acetaminophen, ibuprofen or both alternating in a
randomized, double-blind study. Ach Pediatr Adolesc Med. 2006;160(2):197-202.
– Doran TF, De Angelis C, Baumgardner RA, Mellits ED. Acetaminophen: more harm than good for chickenpox? J Pediatr. 1989;114(6):1045-8.
– Sullivan JE, Farrar HC. Fever and antipyretic use in children. Pediatrics. 2011;127(3):580-587.
– University of Warwick. (2018, May 21). Hotter bodies fight infections and tumors better — researchers show how: The hotter our body temperature, the more our bodies speed up a key defense system that fights against tumors, wounds or infections. ScienceDaily. www.sciencedaily.com/releases/2018/05/180521095606.htm