Os benefícios da dieta mediterrânica na fertilidade são conhecidos há muito tempo.
Não é por acaso que a dieta mediterrânica é um dos padrões alimentares mais estudados atualmente e com evidências sólidas que relacionam o seu consumo a uma melhoria generalizada da saúde, principalmente devido ao impacto que tem na diminuição da fragilidade associada ao envelhecimento humano.
Fragilidade essa que envolve a degradação de vários sistemas fisiológicos, causando uma persistente ativação da resposta inflamatória imunitária inata, que pode incluir o desenvolvimento de inflamação de baixo grau, diminuição da fertilidade e surgimento de doenças crónicas como a resistência à insulina e a diabetes.

Assim, modificações de estilo de vida, como a adoção de uma dieta mediterrânica têm sido sugeridas como uma estratégia terapêutica para a promoção da fertilidade.
Além disso, a adesão à dieta mediterrânica está também associada a alterações positivas na microbiota, com diminuição na quantidade de bactérias prejudiciais e correspondente aumento de produção de ácidos gordos de cadeia curta como o butirato (principal fonte de energia das células do intestino) associado a benefícios como a diminuição da inflamação, aumento dos linfócitos T reguladores e redução da permeabilidade intestinal.
Uma vez que a dieta mediterrânica é caracterizada pelo aumento da ingestão de vegetais, leguminosas, fruta, frutos secos, azeite e peixe, acompanhada por uma diminuição do consumo de carne, produtos lácteos e gorduras saturadas, esta tem demonstrado ser benéfica tanto na fertilidade em geral como numa melhoria dos resultados da fertilização in vitro de modo semelhante nos homens e nas mulheres.

Um exemplo é um estudo de 2017 com mais de duzentos homens que mostrou melhores resultados nos índices de fertilidade nos homens que seguiram, de forma mais rigorosa, a dieta mediterrânica, resultando numa melhor qualidade do esperma, incluindo a sua forma, concentração e movimento.
No caso das mulheres, um estudo de 2018 que contou com a presença de duzentas e cinquenta mulheres, obteve como resultado uma melhoria significativa nas taxas de conceção, na implantação de embriões e parto.
Posto isto, nas consultas de naturopatia insisto sempre na importância de se aumentar o consumo de legumes, cereais integrais, fruta, azeite e leguminosas. Reduzindo, em simultâneo, o consumo de produtos de origem animal e doces.
Como vês, os benefícios da dieta mediterrânica na fertilidade são imensos e como tudo na vida, nunca é tarde de mais para começares, já hoje, a alterar alguns hábitos para uma vida mais fértil.