A modesta mas crescente alteração de mentalidades no que diz respeito aos alimentos que ingerimos e o impacto que estes têm no organismo, principalmente quando nos referimos a doenças como o cancro é algo de louvar.
Uma das áreas onde a ciência têm vindo a apostar na investigação relacionada às TNC´s é no tratamento do cancro.
Em junho de 2015 foi publicado no International Journal of Molecular Sciences um artigo de revisão intitulado:
“Os fitoquímicos como ferramentas terapêuticas inovadoras contra as células-tronco cancerígenas“
O objectivo desta revisão de literatura foi avaliar as evidências científicas que davam parecer positivo aos fitonutrientes – substâncias activas presentes em determinados alimentos que promovem a saúde – presentes em vários alimentos e especiarias que poderiam beneficiar o tratamento de doentes oncológicos através do “ataque” às células-tronco cancerígenas por segmentação.
O que os autores do artigo concluíram com esta revisão foi que haviam determinados alimentos que sobressaíam como potenciais agentes quimioprotectores eficazes no combate às células-tronco cancerígenas.
Assim, apresento-te alguns desses fitonutrientes que demonstraram ter um importante papel no combate a esta doença tão fulminante que ataca a nossa sociedade:
- Curcumina: A curcumina é o principal principio activo do Açafrão da Índia (Curcuma longa) e o principal responsável pela sua pigmentação amarela.
A curcumina tem vindo a ser associada à interrupção do processo da carcinogénese através da inibição ou supressão do seu desenvolvimento em modelos animais.
- Licopeno: O licopeno é um carotenóide vermelho presente em alguns alimentos como nos tomates e nas toranjas.
Diversos estudos epidemiológicos têm vindo a associar a elevada ingestão de alimentos ricos em licopeno à diminuição da incidência de certos cancros como os da próstata e do estômago.
- Luteolina: A luteolina é um flavonóide presente nos “verdes” como os espinafres e as couves.
Das várias investigações publicadas, a luteolina tem vindo a demonstrar um importante efeito anticancerígeno, através da indução do processo de senescência* e apoptose celular.
- Genisteína: A genisteína é um fitoestrogénio muito abundante na soja.
O seu consumo tem sido associado à diminuição da prevalência de cancros da próstata, mama e do endométrio.
Segundo os investigadores, os fitoquímicos conseguem atacar selectivamente os células-tronco cancerígenas significando
“um marco na melhoria do tratamento do cancro porque os medicamentos oncológicos sintéticos utilizados actualmente são frequentemente tóxicos para os órgãos saudáveis e enfraquecem o sistema imunitário do paciente.“
Também destacaram que estes fitoquímicos, devido aos “baixos níveis de toxicidade para as células normais“, podem ser associados a outros, “produzindo efeitos sinérgicos poderosos.”
Por fim, os autores do artigo concluíram que…
“o uso de fitoquímicos pode ser uma verdadeira estratégia terapêutica para erradicar o cancro através da eliminação de células-tronco cancerígenas.“
Sei bem que um diagnóstico de cancro não é fácil de lidar, principalmente pela conotação negativa que a própria palavra implica, no entanto, não nos podemos esquecer que está nas nossas mãos a responsabilidade de ajudar o nosso corpo a recuperar da doença.
Compreendo que seja expectável colocar as decisões sobre a nossa saúde no profissional especializado, confiando sem questionar, mas, a saúde é tua, o corpo é teu e tu tens inteligência de sobra para tomares as tuas decisões baseadas na informação que deves exigir de quem te está a acompanhar, sejam profissionais da área que for.
Por isso, informa-te, pondera sobre todas as soluções e depois toma a tua decisão consciente e confiante de que é a melhor decisão que podes tomar por TI.
Um beijinho ❤️
*Senescência: processo de envelhecimento celular.